Setembro é tempo de celebrar a história, os costumes e a identidade do povo gaúcho. A Semana Farroupilha, que reúne milhares de pessoas em todo o Brasil, é um marco de preservação cultural do Sul do País.  Em cada canto, seja nos acampamentos, nos CTGs, nas escolas ou nos palcos, a tradição se manifesta em diferentes formas: nas danças e músicas nativistas, nas cavalgadas, nas indumentárias típicas, nos festejos de integração e até mesmo no humor.

E é justamente pelo humor que a Gen TV inicia a Semana Farroupilha, trazendo como destaque o perfil de João Kuiudo, personagem criado pelo comunicador João Carlos Fortes. Colunista de jornais e revistas, com 44 anos de experiência como apresentador de rádio e televisão, ele construiu uma carreira sólida e reconhecida. Como João Kuiudo, soma 32 anos de estrada, com mais de um milhão e meio de pessoas alcançadas em seus espetáculos, sempre marcados pela qualidade, pela espontaneidade e por um humor criativo que não perde a essência gaúcha.

Origem de um personagem

A trajetória começou há 34 anos, quando João Carlos entrevistou o cantor Luiz Marenco. Na ocasião, a música Retrato do João Cuiúdo, de Jaime Caetano Brau, se tornaria um marco em sua vida. O próprio Marenco o batizou com o apelido, em um espetáculo em Chapecó que marcou a estreia do personagem.

“Foi o meu batismo de fogo, há 32 anos, e desde então nunca mais parei”, relembra.

Uma carreira de grandes conquistas

Durante sua trajetória, João Kuiudo já esteve presente em eventos por todos os estados do Brasil, levando a cultura de bota e bombacha a aniversários de municípios, exposições, feiras, rodeios, universidades, convenções de empresas e teatros. Gravou 11 CDs, dois DVDs, quatro livros e duas revistas infantis.

Sua carreira também passou pela televisão nacional, com participações em programas como Ratinho, Hebe, Sérgio Reis – Do Tamanho do Brasil, Show do Tom e Multishow. Atuou em dois filmes regionais e viveu um período em São Paulo, quando participou diariamente, por um ano e meio, do programa Show do Paulo Lopes, na Rádio Globo.

Em 2000, foi representante do Sul nas comemorações dos 500 anos do Brasil, em Porto Seguro, com o espetáculo 500 Anos de Grossura, cujo texto recebeu aprovação do Itamaraty. Hoje, mantém presença em mais de uma centena de rádios da região Sul, além de ter sido organizador do festival Balseiros da Canção Nativa, que valoriza a música e o humor como instrumentos de preservação da cultura.

Humor que cura

Para João Kuiudo, o riso vai além da diversão: é uma terapia. “Todo e qualquer tipo de riso cura a alma, tira a tensão e deixa a pessoa mais leve. Grandes empresas já utilizam a recriação porque sabem disso. O humor alivia o pensamento e as dificuldades”, explica.

Seus espetáculos são pensados para toda a família, sem palavrões, e unem piadas, poesias e músicas. A cada apresentação, elementos da tradição gaúcha — como o chimarrão, o churrasco e as rodas de conversa — são resgatados com humor e respeito.

Humor e tradição de mãos dadas

Mas afinal, de onde vem essa ligação tão forte entre humor e tradicionalismo? Segundo Kuiudo, ela nasceu nos galpões: “Quando chovia, a peonada ficava cuidando dos arreios, tecendo cordas e contando causos. Era a forma de passar o tempo, criando histórias e piadas. Esse espírito de brincadeira faz parte da essência do gaúcho desde sempre”.

A mensagem que fica

O público de João Kuiudo é formado por gerações que o acompanham desde o início. Muitos que eram crianças em suas primeiras apresentações hoje levam seus filhos e netos para assistir. “Peço que continuem valorizando o humor e o nosso tradicionalismo. Quem nasceu no Rio Grande é rio-grandense, mas quem ama a tradição gaúcha, não importa de onde seja, é gaúcho de alma”, afirma.

Neste setembro, mês em que a Semana Farroupilha exalta a maior tradição do mundo, a história de João Kuiudo mostra que preservar a cultura também é saber sorrir dela — com respeito, leveza e muito orgulho de ser gaúcho.