Fundada oficialmente em 25 de agosto de 1917, Chapecó é hoje um dos principais centros econômicos de Santa Catarina, destacando-se pela força agroindustrial, pelas exportações e pelo seu planejamento urbano singular. No entanto, sua história começa muito antes da criação do município.

O nome "Chapecó" vem da língua Kaingang, com interpretações como “donde se avista o caminho da roça”. A região era originalmente habitada por indígenas Kaingang e Guarani, e os primeiros não indígenas a cruzarem essas terras foram os bandeirantes paulistas, a partir do século XVII. Porém, só no século XIX o território passou a ser explorado mais sistematicamente, com a descoberta dos Campos de Palmas e a instalação de fazendas de criação de gado.

O papel do Índio Condá e o Caminho das Missões

Por volta de 1845, o cacique Condá teve papel fundamental na pacificação indígena para a abertura de uma nova rota de tropeiros, conhecida como Caminho das Missões. Essa estrada facilitou o comércio entre o sul do Brasil e São Paulo, acelerando o povoamento da região, que ganhou seus primeiros núcleos populacionais nos pontos de parada das tropas.

Disputas territoriais e criação do município

Durante o Brasil-Colônia e o Império, o Oeste catarinense foi palco de intensas disputas de território, como a Questão de Palmas e o Conflito do Contestado, o que retardou o processo de colonização. Foi somente em 1917 que Chapecó se tornou oficialmente município de Santa Catarina, com sua instalação realizada em 14 de novembro daquele ano.

A colonização estruturada começou com a atuação de empresas privadas. A principal delas foi a Empresa Colonizadora Bertaso, criada em 1918 por Ernesto Francisco Bertaso e os irmãos Maia. A empresa adquiriu grandes áreas de terra e foi responsável por traçar ruas, construir estradas e atrair colonos gaúchos, em sua maioria descendentes de italianos, alemães e poloneses.

Crescimento urbano e destaque econômico

Chapecó se desenvolveu como cidade planejada, com traçado urbano em forma de xadrez. É reconhecida como a Capital Brasileira da Agroindústria**, liderando exportações de alimentos de origem animal e sendo referência na produção de aves. Além disso, tornou-se polo regional de **educação, saúde, infraestrutura, cultura e negócios.

Sua população, que era de pouco mais de 11 mil habitantes no início do século passado, ultrapassa hoje os 205 mil moradores**. O município também é considerado a Capital Catarinense do Turismo de Negócios, abrigando feiras, exposições e eventos técnicos voltados ao setor produtivo.

Divisões administrativas e emancipações

Ao longo das décadas, Chapecó originou diversos outros municípios da região. Distritos como Xanxerê, Xaxim, Coronel Freitas, Guatambú, Cordilheira Alta, Nova Itaberaba e muitos outros foram desmembrados de sua área original, formando novas cidades. Ainda assim, Chapecó manteve sua importância como sede regional, sendo ponto de referência para toda a região Oeste catarinense.

Infraestrutura, planejamento e futuro

Chapecó possui rodovias federais importantes, um dos aeroportos mais movimentados da região Sul (Serafin Enoss Bertaso), porto seco para exportações, ampla rede hoteleira, centros comerciais, shopping center, e uma das melhores estruturas hospitalares e educacionais do estado.

O município também se organiza para o futuro com o Projeto Chapecó 2030, que propõe ações sustentáveis para áreas como saúde, educação, economia, infraestrutura e meio ambiente.

Educação e esportes

Com destaque na educação, Chapecó abriga mais de 180 escolas, 10 instituições de ensino superior e centros técnicos especializados. No esporte, a cidade é sede da Associação Chapecoense de Futebol, que projetou o nome da cidade internacionalmente, além de ter equipes premiadas em futsal, atletismo e outras modalidades.